Olá
novamente!
Na semana passada comecei a responder a pergunta sobre o que devemos considerar ao montar um treinamento apresentando os princípios básicos da andragogia e de como os adultos aprendem.
Na semana passada comecei a responder a pergunta sobre o que devemos considerar ao montar um treinamento apresentando os princípios básicos da andragogia e de como os adultos aprendem.
Na postagem de
hoje, quero falar sobre uma questão que vem ganhando visibilidade nas últimas
décadas: treinamento presencial ou online? Adianto a resposta, e faço isso
apenas porque é a mais clichê que poderíamos ter: depende.
Podemos
considerar que o e-learning como conhecemos hoje é fruto de um longo
desenvolvimento de formas de ensino alternativas às tradicionais salas de
aulas. Na segunda metade do século XX tivemos os cursos por correspondência e
os telecursos (ensino pela TV e pelas extintas fitas de vídeo), com a
informática, deixamos de lado as fitas de vídeo e passamos para os treinamentos
em CD-ROM e softwares, e, por fim, com o avanço da internet e o barateamento da
banda larga, atualmente os cursos online vem ganhando cada vez mais espaço.
Como o capitalismo
e a alta competitividade do mercado atual fazem com que as empresas absorvam
novidades que prometam redução de custo e aumento de produtividade, o mundo
corporativo foi o que absorveu mais rapidamente a novidade do e-learning. José
Moran, em seu artigo “Tendências da
educação online no Brasil”, diz que as empresas passaram por dois momentos
da implementação do e-learning: um primeiro de “euforia”, com diversos cursos
online pré-fabricados, padronizados e com pouca (ou nenhuma) interação e o momento
atual, caracterizado por investimentos em customizações de cursos,
interatividade e maior preocupação pedagógica.
Realmente o
e-learning tem obtido hoje resultados bons em alguns casos, mas também temos
exemplos que mostram que nem sempre é fácil integrar treinamento e tecnologia.
Existem alguns mitos com relação ao ensino a distância, e o primeiro deles é
que ele é mais barato. Uma empresa que quer investir em uma (boa) plataforma
e-learning tem que estar preparada para investir valores altos, principalmente
no início da implantação.
O ensino a
distância com certeza tem a facilidade de proporcionar maior flexibilidade de
horário de estudo para o orientado e acesso a localidades remotas, isso resulta
em atingir um público maior, mas ao mesmo tempo o perfil de aluno de curso
presencial e a distância é muito diferente. Para o curso a distância o aluno
precisa ser disciplinado, persistente, organizado e auto motivado. Isso se dá
porque na interação presencial é mais fácil de o orientador criar um ambiente
atrativo e motivador, enquanto no online muitas vezes o aluno está mais sozinho
no processo de aprendizagem. Uma solução para essa questão é criar, no curso a
distância, uma interatividade maior por parte do orientado. Explore as
diferentes mídias, jogos educativos e cases para aperfeiçoar a apresentação do
conhecimento criando um processo de aprendizagem mais ativo e participativo.
Quando temos
um contato presencial fica mais fácil tirar dúvidas com os professores,
estabelecer trocas de opiniões com os colegas e até mesmo criar networking.
Nunca devemos desprezar a importância do processo grupal para o processo de
aprendizagem. Pensando nisso, ao criar um bom e-learning devemos criar um
ambiente de interação e com fácil acesso a um orientador que esteja disponível
para tirar dúvidas. Uma boa saída é montar fóruns de discussões pré e
pós-treinamento e, caso o grupo seja pequeno, chats durante as aulas.
Se uma empresa
tem a tradição de cursos presenciais, implementar um e-learning é uma mudança
de paradigma que precisa cautela. Muitas vezes encontramos resistência, seja
por preconceito com a tecnologia ou por (como acontece quando temos orientados
mais velhos), pouca habilidade e intimidade com o computador. Para isso, o mais
recomendado é criar uma implementação aos poucos. Comece criando treinamentos
semipresenciais para apresentar a plataforma online para seus funcionários,
monte atividades complementares e fóruns de discussão em hotsites e tenha
pessoas disponíveis para tirar qualquer dúvida que possa surgir sobre como usar
a plataforma. Esses podem ser bons termômetros de como será a aceitação do
e-learning pelos funcionários.
Por fim,
pesquisas mostram, segundo Haroldo Stolovitch e Erica Keeps em seu livro “Informar não é treinamento”, que não
existe diferença na absorção de conteúdos transmitidos online ou
presencialmente. Mais importante que o meio de veiculação é repensar nossa
didática, e, claro, na era da tecnologia, isso envolve considerar de alguma
forma a tecnologia (seja por usar pontualmente ferramentas multimídias em
treinamentos presenciais ou criando treinamentos totalmente online). Devemos
ter mais atenção nos conceitos bases da andragogia (disposição, experiência,
autonomia e aplicabilidade) para que nossa mensagem seja atrativa e assertiva
para nossos funcionários.
Por enquanto é
isso, pessoal. Caso queiram conhecer mais sobre o tema recomendo os seguintes
links:
Semana que vem
encerro a resposta da leitora falando sobre como identificar a necessidade de
treinamento.
Não esqueçam
de nossa página no Face! Semana que
vem tem mais!
Até
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