Olá pessoal, tudo bem?
Recentemente
descobri uma ferramenta de feedback que achei bem interessante, principalmente
por ser simples e organizada, então como de costume quero compartilhar com vocês.
A administração
científica, focada em resultado e aumento da produção, não deixava muito espaço
para o feedback. O foco era a orientação de tarefas de forma diretiva e fria,
com pouca interação e desenvolvimento. Atualmente, muito vem se debatendo sobre
o poder do feedback, e as empresas começam a trabalhar com seus gestores a
importância de manter uma cultura de troca com seus funcionários. Sabemos que
esse é um grande processo de adaptação da cultura empresarial pelo qual ainda
estamos passando, já que não somos acostumados a avaliar, bem como sermos
avaliados por outros.
Nossos pais,
geração X, nunca pensariam em um dia poder, em uma reunião, criticar a atuação
de seu “chefe”. Da mesma forma, pouco espaço existia para os pares apontarem melhorias
que precisavam ser feitas. A geração Y, com sua sede por aprendizado e
desenvolvimento, se tornou muito mais aberta para esse tipo de interação, e com
isso surgiram ferramentas como o feedback 360 e o 180.
Hoje todos avaliam
e são avaliados: gestor, subordinado, par, clientes internos e externos.
Estamos cada vez mais caminhando para uma cultura de extrema qualidade em que a
avaliação é fundamental. Contudo, o mais importante do feedback não é a nota
que se dá, mas sim o processo de mudança de atitude inerente a avaliação. O
importante do feedback é a troca, a interação entre pessoas buscando um bem
comum: a melhoria dos processos.
Uma das coisas que
gostei no feedback Canvas é a interação e a possibilidade de troca que ele
permite. Vivenciei um processo de aplicação do 360 e a grande questão que
levantei foi sobre a efetividade da troca: era uma avaliação mediada por um
sistema, onde você atribuía uma nota e comentários sobre o desempenho do
avaliado de acordo com competências pré-estabelecidas. A qualidade e conteúdo dos
comentários dependia unicamente da pessoa que avaliava. Muitas vezes eram
críticas vazias, sem exemplos ou propostas de ações de melhorias.
Bom, vamos conhecer
um pouco do Feedback Canvas. Deixo para vocês a avaliação de sua aplicabilidade
e efetividade. Lembrando que é uma ferramenta adaptável, e o que mostrarei aqui
é apenas um exemplo de como ele pode ser usado. Fique livre para adaptá-lo a
sua realidade, caso necessário. Mais importante que o processo que vou
apresentar, é a idéia central da ferramenta.
A primeira característica
que me chamou atenção no Canvas é que a avaliação é voluntária. Cabe ao
funcionário identificar a necessidade de ser avaliado e, a partir daí, buscar o
RH (ou um mediador) para conduzir o processo. Cabe também ao avaliado buscar os
avaliadores. Sobre estes, sugiro 4 ou 5 pessoas que estejam em contato direto
com o avaliado, para trazer mais fidedignidade ao processo.
Os avaliadores
então definem, junto com o avaliado, quais são as principais competências a
serem avaliadas de acordo com o cargo atual e o plano de carreira da empresa,
quando for o caso. Sugiro em torno de 8 a 10 competências, entre técnicas e
comportamentais. Outro ponto importante é definir os níveis de proficiência que
podem ser atribuídos a cada competência. Normalmente para avaliação de
competências uso uma escala com 4 níveis: Não apresenta a competência,
apresenta a competência parcialmente, apresenta a competência integralmente, destaca-se
na competência.
Importante, nesta
etapa, é deixar claro para todos os envolvidos o que cada nível significa,
fazendo com que todos avaliem de acordo com os mesmos critérios. Segundo o meu
exemplo, as descrições são:
·
Não apresenta a competência – Este nível deve
ser marcado quando o avaliado não apresentou em momento algum a competência, ou
caso tenha apresentado de forma não significativa.
·
Apresenta a competência parcialmente – Por sua
vez, esse nível deve ser marcado quando o avaliado demonstra a competência de
forma significativa em alguns aspectos ou situações, trazendo resultado
positivo, contudo em outros momentos necessários não apresenta, prejudicando o
resultado.
·
Apresenta a competência integralmente – Este item
deve ser usado quando o funcionário atende a todas as expectativas enquanto a
competência avaliada, agregando resultado positivo, ou que possua em sua
experiência poucas falhas na competência citada.
·
Destaca-se na competência – Este item é usado
para pessoas que, além de demonstrar intensamente a competência avaliada, ainda
é vista pelos outros como referência e exemplo, muitas vezes sendo solicitado
para orientar outros funcionários.
Com estas
informações, já podemos montar o painel do Feedback Canvas. Abaixo segue um
exemplo:
Com o painel em
mãos, podemos seguir para a etapa da avaliação das competências. Podemos fazer
tanto face a face, onde cada um tem a sua vez de falar sobre a nota que atribui
para cada competência e justificá-la, ou pedir para que os avaliadores escrevam
as informações em um papel e entreguem para o mediador (o RH, por exemplo), que
passará as informações para o painel. Muitas vezes a segunda opção é mais
aceita por reduzir a tensão do grupo, mas caso seja escolhida a primeira opção
cabe ao mediador direcionar o feedback para uma conversa produtiva e objetiva,
sem discussões que fujam do objetivo principal do feedback. Neste momento
também ocorre a auto-avaliação do funcionário com sua devida justificativa.
Passada esta etapa,
seguimos para a parte inferior do painel. No primeiro quadro, “Ações Positivas”,
os avaliadores devem elencar habilidades, ações ou situações positivas em que o
avaliado se destaca. No quadro seguinte, os avaliadores devem elencar habilidades,
ações ou situações do avaliado que precisam mudar. Para isso, devem apontar o
impacto negativo que essas ações causam, os pontos positivos que poderiam
causar caso houvesse uma mudança e qual ação necessária para melhoria, buscando
alcançar essa mudança.
Por fim, é hora do
avaliado analisar as informações que recebeu, buscando insights sobre sua
atuação, seus pontos fortes e de melhoria. O RH, ou até mesmo o gestor, podem
ajudar neste processo buscando soluções. Quando achar necessário o funcionário
pode convocar uma nova avaliação, para monitorar seu progresso.
Bom pessoal, por hoje é isso. Espero que tenham gostado e
até a próxima. Não esqueçam de curtir nossa página no Facebook para ficarem
sempre ligados nas novidades.
Beijos e até a próxima!
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